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recordações são um mundo . um mundo á parte existente na nossa mente que por vezes é mais forte que nós próprios , que as nossas lágrimas e que o impulso de seguir em frente . parece tornar-se numa prisão , onde as cores que formam as próprias formas das fotografias e do sentimento que nos transmitem parecem ficar mais intensas como que cada vez mais distantes do nosso toque , por mais firme que a agarremos . e com o tempo, essas cores parecem transformar-se em simples aguarelas quando mais uma lágrima se une a ela desfaz a sua beleza tornando-as confusas , tendo nós de presenciar a formação da mancha que veremos quando limparmos os olhos . e essa mancha que poderá não voltar a formar cores, é precisamente um tipo de ódio que fará com que essas recordações que supostamente deveriam ser vistas mais tarde com um sorriso e relembradas como um momento bom da vida, fiquem antes relembradas continuamente com uma dor ou uma repulsa presente . 
não recusar o presente e o futuro fingindo que se vive no passado , não criar o seu caminho baseando-se numa recordação , não formando um ciclo desnecessário de arrependimento e de perguntas questionando-se o porquê de não ter sido diferente, fará com que mais tarde não te arrependas de não  teres seguido em frente para ter criado muitas mais recordações .
recorda antes com um sorriso. 


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Um dia disseram-me, escolhe o teu caminho e segue-o.
Achei injusto o facto de não me terem avisado que não seria simples, que estaria rodeada de imprevistos, de demonstrações que me desviariam do que pretendia do meu caminho, mas que afinal não demonstraram o que realmente me ofereciam, o que realmente eram. Não me avisaram que o sol não brilharia quando eu pretendesse, que chovia quando menos esperava e que fizesse aquele vento frio quando mais precisava de uma brisa quente. Não me avisaram que a luta por um objectivo poderia ocupar uma vida inteira nem que por vezes acharíamos que uma luta não valeu a pena. Não me avisaram que as lágrimas demoram a secar e que não possuo controlo sobre elas, nem que um sorriso custaria tanto a dar nessas alturas. Também não me avisaram que habitualmente os sentimentos são mais fortes, e que falhar ou falharem traria tanto. Não me avisaram que o perdão era tão difícil de receber e por vezes de dar, que o desejo poderia ser cego e que as palavras poderiam ser tão transparentes e ocultas, dolorosas. Não me avisaram que sorrir me faria sentir tão bem e que não precisava de abdicar dele quando estou numa fase menos boa. Não me ensinaram como deveria crescer, que não poderia ter o que queria até quando mo queriam dar e que estivesse confusa metade do tempo, que nem sempre temos tempo e que as prioridades deveriam ser bem traçadas. Não me avisaram..  dos abraços que nem sempre são sentidos e que por trás de nós existem conversas que que gostaríamos de saber, principalmente saber a ignorar. Mas ainda bem. Ainda bem que não me avisaram, ainda bem que vou descobrindo com o tempo e que há alturas em que me orgulho de mim pela mentalidade e o que consegui obter comparativamente a outros que não ainda não o alcançaram e que por vezes nunca alcançam. E de principalmente.. não achar o que me disseram no princípio mais uma simples mentira, uma ilusão neste mundo, porque é a verdade . Eu escolho o meu caminho, os meus gestos, as minhas prioridades e escolho como agir quando há coisas que o impedem, mesmo que nem sempre tenha controlo em mim mesma. Formo-o a cada segundo, e neste momento o presente é o meu objectivo, e é o que estou e quero seguir.

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