As lágrimas caem mas parece que por mais húmidas e engelhadas que as tuas mãos ficam, tu não desistes. Insistes em abrir a minha janela mostrando-me o sol por muito que eu grite por dentro contra isso, por muito que eu queira estar no meu canto escuro. Não te cansas de estender-me a mão por muito que eu me afaste e me entregue à escuridão. E continuas... Vejo-te cansado, um pouco desmotivado pelas coisas que faço, pelas coisas que não faço, e peço um grande desculpa para isso. Acredites ou não eu estou a dar o que posso, e quando me sento recusando não seguir em frente é quando não consigo mesmo. O medo de falhar fala mais alto que tudo. Tu sabes que eu tenho muitos defeitos e que um deles é preferir não tentar a falhar. Simplesmente não me dou ao luxo de falhar. Não. Castigo-me psicologicamente por isso e é disso que eu no fundo tenho medo. Tenho medo de mim própria, dos sentimentos de falhada. Simplesmente não consigo abrir essa porta por mais que a luz esteja por trás dela. É demais para qualquer um ver-me cair vezes sem conta, por coisas ínfimas, por coisas que para ti não fazem sentido. Nem para ti nem para ninguém. É demais estares a enfrentar o meu mundo escuro com todas as tuas forças, e que por muito que te ame ás vezes ateimo em esconder-me nele, ateimo em fugir de ti.. Ateimo em fugir de falhar para contigo, que é só o que tenho feito. Sabes, uma vez a minha mãe disse-me que não sou eu que escolho se estás disposto a passar estas coisas comigo, que por muito que eu acho que não é justo para ti não me cabe a mim decidi-lo. Tenho medo. Os meus medos consomem-me. Por isso diz-me. E não te canses de o fazer. Diz que me amas enquanto a mágoa não é maior que o nosso amor.

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